terça-feira, 8 de setembro de 2009

Cartas à Redação

Salvador, 03 de setembro de 1937

Exmo. Sr. Diretor do Jornal A Tarde

Venho por meio desta, expressar meu direito de resposta sobre o polêmico artigo das crianças ladronas ou capitães de areia como queira chamar. Primeiramente gostaria de falar que violência só atrai e gera violência, e a forma arbitrária como vem sendo veiculado as cartas, colocando as cartas de repúdio as crianças nas primeiras páginas, enquanto que a carta da mãe de um dos meninos, que vulgarmente foi chamada de “mulherzinha do povo” e do Padre José Pedro, chamado de “Padre do diabo” pelo Diretor do Reformatório, ganharam pouco destaque. Violência também se expressa por palavras ao desmoralizar uma Senhora e um santo homem de Deus!

O que está acontecendo é que as crianças já extrapolaram os limites, e os meios repressivos para contê-los não deram resultados, além que pude observar nas epístolas que cada um passa a responsabilidade dos fatos para outrem, esquecendo-se que têm parcelas de culpa na educação e quais os meios mais adequados para lidar com o problema. çao outrem, esquecendo-se que tem parcelas de culpa na educaçanto homem de Deus! E FEDERAL DA BAHIA.

Levantar quem seria os culpados não é a melhor das hipóteses já que providências devem ser tomadas o quanto antes. Culpar a Justiça? Os pais? A Igreja? O Reformatório? Não encontraremos a solução, muito menos delegando as próprias crianças à culpabilidade. Esse não é um problema que só diz respeito aos envolvidos nas cartas, mas a maior das envolvidas da história: A sociedade baiana, precisamente nossa cidade de São Salvador.

Desde já agradeço a atenção.

Ana Carolina Pereira Rocha

Estudante de Pedagogia da Universidade Federal da Bahia


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